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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

FRANCISCO MARQUES ROCHA

( Brasil – Minas Gerais )

O Chico Boneco das bandas do Araguaia.
Fez das brincadeiras de fantoche um ofício.
Mineiro de Belo Horizonte.
Nascido em 14 de junho de 1959.

 

Estudou em escola estadual, mas tinha certo desinteresse pela escola. Se encantou com a escrita e com os livros, e aos 10 anos já escrevia contos, e posteriormente, poesias. Começou a ter contato com o teatro de bonecos, e começou a criar seus próprios bonecos de cabaça e suas primeiras apresentações foram no quintal da casa de sua avó. Francisco começou a misturar o teatro de bonecos com a literatura e com seu interesse pela educação, e assim passou a trabalhar na área cultural como agente de pastoral em escolas. Fez faculdade de letras para ser professor. Hoje, ele dá cursos para professores e faz oficinas para crianças. 

 

POETAS DO ARAGUAIA. Prefácio de Carlos Rodrigues Brandão.  Rio de Janeiro: CEDI,  1983.  132 p.  ilus              Ex. bibl. Antonio Miranda

 

´                              É noite
e é simples o cantar.
Ruminando
e desejando.
Carregadinho de pasto e gerúndio
o nosso luar.


No silêncio enérgico e alerta da tarde
lambuza-me de magrelas cantigas,
trocava os dedos pelos farelos de tijolo,
deixava meus pés como resgate do sol,
olhos castanhos a troco de terra,
joelho ferido assaltando a lua.


Vejo uma flor de piqui.
Uma beleza.

Vejo uma flor de piqui.
E tua pele recortando a persistência do fogo.

Vejo uma flor de piqui.
E teu rosto armado
engalobando a noite.

Vejo uma flora de piqui.
São tuas mãos treinadas
em reunir terras ventos e rios.

Vejo uma flor de piqui.
E teu corpo refeito
na rigorosa e vigorosa
consequência
de sua fala e mala.

Vejo uma flor de piquei.
São teus olhos atinando
a presença bruta
do amor em natural sintonia
sem o amparo de nenhuma dor.

Vejo uma flor de piqui.
Tua pele,
teu rosto,
tuas mãos,
teu corpo,
teus olhos.
E tua
a flor de piqui
e ofereço:
Uma beleza a outra beleza.

 

***

Mais nunquinha recobrei os sentidos dos vegetais
sendo, assim, transfigurado
redescobrável
pelas feições dos dessasombros.

Que o vizinho de banco
me empreste a seção de empregos  de seu jornal.
Insatisfação e curiosidade
movem este desejo.
Professor
carteira assinada,
tudo de acordo com o figurino
e salário merda.
Esta
a minha profissão,
mas minha predileção mesmo
eu digo com todas as letras:
a chuva,
as árvores,
a garrafa dependurada no jirau
apurando.

 

***


Meu pouco estudo,
minha leitura fraca
eu aprendi numa escola rural
dessas pequeninhas
que cabem no bolso.
Dessas que
numa olhadela
cabe a escola todinha
e agüenta ainda
litros de céu,
árvores e árvores,
cachorros e seus cocôs no corredor,
e um menino com a cara breada de terra
brincando com os números.

 

*

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Página publicada em outubro de 2022


 

 

 
 
 
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